Você conhece o MoJo (Mobile Journalism)?

Você conhece o MoJo (Mobile Journalism)?

Os smartphones e tablets causaram uma verdadeira revolução no modo que as pessoas se comportam. Mesmo que em alguns locais no mundo esses aparelhos ainda apresentem um valor relativamente alto, o acesso a esses dispositivos móveis ainda apresentam um percentual alto tanto individualmente como em uso coletivo. Não só para entreter ou se relacionar, mas a informação também se viu impactada com a introdução desses aparelhos no cotidiano. E uma das áreas que se viu obrigada a se transformar num novo patamar foi o Jornalismo, trazendo uma vertente ainda mais moderna e conceitual, o “MoJo” ou “mobile journalism” (jornalismo móvel). Sendo uma plataforma emergente, o MoJo se caracteriza como um “jornalismo cidadão” ou “jornalismo participativo”, no qual se concretiza o envolvimento do público em criar e propagar informações e notícias por meio de aplicativos em dispositivos móveis. O surgimento Esse ato mais “discreto” de transmitir notícias e informações surgiu desde o início da tecnologia 3G. Como afirma Fernando Firmino, professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), essa tecnologia proporcionou um imediatismo ainda mais nítido para reprodução de notícias locais e em que circunstâncias elas ocorrem. De forma específica, os atuais acadêmicos de jornalismo têm experimentado e incorporado novas tecnologias a fim de montar um diálogo ainda mais preciso com a audiência. Por ser de baixo custo, a geração de conteúdos permite que jornalistas produzam informativos de modo ainda mais fácil e com uma arquitetura horizontal. O público tem uma participação mais aberta e a interação é ainda mais contínua. Como o profissional se porta diante dessa nova vertente? A primeira empresa a adotar o MoJo no Brasil foi o Jornal do Commercio de Recife, que criou o Notícia Celular, programa integrado em transmitir conteúdo por meio de aplicativos em dispositivos móveis. Com uma equipe de fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas, o Notícia Celular realizava transmissões de notícias por meio de um celular 3G e compartilhava o conteúdo no site do jornal. Por meio desse exemplo, percebe-se que o jornalista do futuro precisa conhecer o manuseio dessas tecnologias, estudos sobre aplicativos e interação com o público. Os jornalistas do Repórter 3G, do jornal Extra do Rio de Janeiro, adotam técnicas e processos de convergência tanto nas redações quanto nas produções visuais para propagar essas informações em multiplataformas. Dessa forma, fica claro que o profissional atual precisa conhecer convergência midiática, cultura participativa, estruturas sobre tecnologias móveis e até táticas sobre realidade interativa. Inovação da Dothcom Em 2014, o site Diário Digital, afiliado ao R7.com, cliente da Dothcom utilizou uma plataforma específica para a redação chamada de "Redação Mobile", onde os jornalistas usavam smartphones, com sistema de login e senha. Por meio dele, os jornalistas registravam fotos, com breves notícias minuto a minuto sobre as eleições para o governo do Estado, e inseriam o conteúdo diretamente no site, podendo ser acessada pelos leitores, por meio de smartphones, desktops e tablets.

Jornalistas do Diário Digital acessavam plataforma via smartphone por login e senha. Foto: Luciano Muta

Jornalista fotografa e coloca conteúdo em tempo real, dentro do website. Foto: Luciano Muta

Editor vistoriando conteúdo inserido pela plataforma MoJo do Diário Digital, em página especial de eleições. Aumento de acessos em até 40%. Foto: Luciano Muta

A equipe foi a única a colocar em tempo real a votação de candidatos que estavam há mais de 400 quilômetros de distância da Capital no momento em que estavam em sua seções. A plataforma especial ajudou o site a crescer cerca de 30% a 40% em seu acesso, em comparação as eleições anteriores. MoJo veio para ficar? De acordo com Allisa Richardson, professora de Comunicação da Universidade Estadual Bowie (Maryland, EUA), o jornalismo móvel não tende a esquecer as origens tradicionais do jornalismo, mas as coisas precisam mudar e já estão mudando. Não deve-se apenas aproximar as pessoas com a realidade a sua volta, como também deve-se contar histórias a qualquer momento e em qualquer lugar, mesmo em situações ainda difíceis. Não só o aperfeiçoamento dessa vertente jornalística, mas a expansão das redes e a introdução de plataformas ainda mais sofisticadas no mercado fazem com que o MoJo fique ainda mais em evidência.

PL das Fake News amplia obrigações das big techs